Você já Fez um Check-Up Vascular?

Veja como identificar fatores de risco que podem ocasionar uma doença vascular no futuro

Quando alguém faz um check-up, normalmente é a pedido do cardiologista. O objetivo é a detecção de algum problema que possa, de alguma forma, afetar o bomvesselvascular_publicacoes-checkup-vascular-im funcionamento do coração. Então, além de avaliar o próprio coração com exames, como o teste de esforço ou o eletrocardiograma, o cardiologista também vai pesquisar a existência de fatores de risco que potencialmente possam afetar o coração no futuro, como a pressão alta e níveis elevados de colesterol no sangue. Esse é o famoso check-up cardiológico.

 

Já ao realizar um check-up vascular, o cirurgião ou o angiologista pesquisa a existência de problemas vasculares em todo o restante da circulação do corpo, com exceção do coração e do cérebro. Assim como o cardiologista, o médico vascular tenta identificar fatores de risco que possam contribuir para uma possível doença vascular no futuro.

 

Como todo o organismo necessita de sangue, os vasos sanguíneos estão presentes em todos os locais do corpo e podem ser afetados por inúmeras condições. Obviamente, devido ao grande número de patologias que podem afetar os vasos sanguíneos, é impossível realizar exames para descartar todas elas. O objetivo maior é identificar e prevenir os problemas mais comuns e mais graves.

 

Cada patologia vascular apresenta alguns fatores de risco definidos, que tornam sua manifestação mais provável. Um exemplo são as varizes, que acometem os membros inferiores e aparecem mais comumente em mulheres. Sabe-se que a história familiar é o fator mais importante que define a ocorrência ou não desse problema. “A genética, nesse caso, é preponderante. Outros fatores podem contribuir ainda mais para a evolução das varizes, como a obesidade, o tipo de atividade e outros fatores identificáveis e evitáveis”, alerta o angiologista e cirurgião vascular Dr. Márcio Miyamotto.

Evitando Riscos

Diferentemente das varizes, alguns problemas vasculares estão mais relacionados com fatores externos do que genéticos. Um deles é a trombose.

“Esse é um problema sério, que se não identificado, prevenido e tratado a tempo, pode evoluir para situações de risco. A trombose nas artérias da perna pode levar até mesmo a uma amputação. Felizmente, com o avanço nos métodos diagnósticos e terapêuticos e com a detecção e tratamento precoce, essa fatalidade tornou-se menos comum”, ressalta o especialista.

De acordo com o Dr. Miyamotto, existem ainda situações em que o problema é silencioso, e a pessoa não consegue percebê-lo, como é o caso dos aneurismas –segmentos dos vasos sanguíneos que sofrem uma dilatação. Dentre eles, os mais preocupantes são os que acometem a aorta, principal vaso sanguíneo do nosso organismo.

“O grande risco desse aneurisma é a sua ruptura, pois o risco de morte é alto. A importância do check-up nestes casos é crucial, pois, em sua grande maioria, os aneurismas
são silenciosos”, adverte o cirurgião.

As estenoses (estreitamentos) da artéria carótida também são silenciosas, na maioria dos casos. “As repercussões nestas situações estão relacionadas ao AVC (acidente vascular encefálico) ou ‘derrame’, como é popularmente conhecido. Nesses casos, é imprescindível o correto diagnóstico para implantar um tratamento ou acompanhamento antes que o mal maior aconteça”, acrescenta Dr. Miyamotto.

O que fazer para afastar situações suspeitas?

Na maioria dos casos, apenas uma entrevista para avaliar a presença de fatores de risco e um exame físico vascular completo são suficientes para excluir a presença de distúrbios vasculares importantes. Em certos casos, exames complementares devem ser realizados para afastar situações suspeitas. A boa notícia é que a grande maioria dos exames para estudo da circulação não é invasiva.

O importante é que essa avaliação seja realizada por um profissional devidamente habilitado pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), para a total segurança do paciente. Fique atento!

Fonte: Revista Córpore. Por Lúcia Costa