Check-Up Vascular | Sua Vida a Salvo do Aneurisma
Muito se fala em check-up do coração. Isso ocorre porque as pessoas geralmente vinculam a figura do cardiologista com a ideia do check-up, que insere uma preocupação constante com a prevenção e detecção precoce de doenças que, se forem diagnosticadas tardiamente, apresentam índice elevado de mortalidade e sequelas graves. Entretanto,
você sabia que uma das patologias mais lesivas que acometem os vasos é o aneurisma, principalmente da aorta? E que os exames vasculares são de igual importância se comparados aos que investigam e protegem o coração?
A explicação é de que os aneurismas da aorta são traiçoeiros e costumam evoluir sem sintomas até a sua ruptura, causando a morte em cerca de 90% dos casos, e daqueles que ainda chegam vivos no hospital apenas 50% a 70% sobrevivem. Portanto, se você é fumante, tem mais de 60 anos, é hipertenso, possui histórico familiar, colesterol elevado, obesidade e/ou doença aterosclerótica preexistente, este é o momento de consultar um especialista na área vascular e preservar sua vida.
No Brasil, pouco se fez até agora para alertar as pessoas sobre a prevenção do perigo de ruptura dos aneurismas da aorta, que aparecem silenciosamente. “Como a grande maioria dos pacientes com aneurismas são assintomáticos, muitos pacientes poderiam ter sido salvos se tivessem feito um check-up vascular a partir dos 60 anos”, afirma o cirurgião endovascular Dr. Marcio Miyamotto.
Entenda o aneurisma da aorta
O coração é uma máquina que bombeia o sangue sob pressão para todo o organismo. O sangue chega a todos os órgãos através de um sistema de distribuição, semelhante a um sistema de encanamento, que leva o sangue e o traz de volta através de caminhos que não se comunicam. O sistema que leva o sangue até o órgão é chamado de arterial (artérias) e o sistema que retorna o sangue dos órgãos de volta para o coração é o sistema venoso (veias). A maior e principal e mais calibrosa artéria de todo esse sistema de distribuição é chamada de aorta, que sai direto do coração e cruza todo o tórax e abdômen em direção às pernas. Nesse trajeto, vai distribuindo ramificações para os diversos órgãos. Ou seja, a todos os órgãos do nosso corpo chegam artérias que levam o sangue (alimento) para os mesmos e que desses órgãos saem veias que conduzem o sangue de volta ao coração.
“O termo aneurisma significa dilatação dos vasos, que podem ser artérias ou veias. Embora existam aneurismas venosos, esses são raros e de menor gravidade entre os que acometem as artérias. Os aneurismas arteriais graves são, sem dúvida, os que envolvem a aorta tanto no seu trajeto dentro do tórax, quanto no trajeto abdominal”, explica o médico. Segundo ele, quando existe um aumento no diâmetro da aorta de mais de 50% além do normal (ex: o diâmetro da aorta abdominal é de 2 cm e com um aumento de 50% ela teria 3 cm), trata-se de um aneurisma. “O risco maior do aneurisma é a sua ruptura. Quanto maior for o diâmetro do aneurisma, maior será esse risco”, adverte o cirurgião endovascular.
Importância do check-up específico para problemas circulatórios
No caso da aorta, uma ruptura de vaso tão calibroso resultaria num sangramento severo para o tórax ou para o abdômen, dependendo da localização do aneurisma. “Na maioria das vezes, infelizmente, não há tempo sequer de chegar ao hospital. Daí a importância crucial de identificarmos essa patologia antes que um mal maior ocorra”, finaliza Dr. Miyamotto. Assim, o objetivo maior do check-up vascular é identificar potenciais problemas vasculares antes de sua complicação maior. No caso do aneurisma da aorta, que está dentro do tórax, dificilmente bastaria apenas exame físico simples para afastar sua presença, existindo a necessidade de exame complementar, já que, por causa das costelas, não há possibilidade de palpar regiões profundas do tórax. “O aneurisma que envolve a aorta abdominal pode ser palpável em indivíduos mais magros, não sendo necessários exames adicionais. Pessoas com abdômen maior geralmente são submetidos à ultrassonografia para afastar essa suspeita”, esclarece o especialista.
Fonte: Revista Córpore. Por Lúcia Costa